29 de abr. de 2009

filme:Sinédoque, Nova York de Charlie Kaufman





Uma obra de arte pra quem gosta de cinema!


Essa seria minha melhor definição pra novidade belíssima de Charlie Kaufman, agora na direção, o roteirista que ganhou luz após roteiros como "Adaptação" e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", é na minha opinião o mais genial e criativo roteirista da atualidade.

Sempre admirei a capacidade que o ser humano tem de criar, e neste filme é possível se deparar como a mente de um artista cinematográfico vai além.


Philip Seymour Hoffman com Charlie Kaufman em cena

Aceitando a indicação do grande Panga da Laser Express quando me emprestou o filme com os dizeres de "assista e não me pergunte nada", pude me deliciar com as cenas dessa "obra de arte" sem exageros, pois o que vejo no filme é uma obra autoral fantástica, original em que Kaufman desperta todo seu poder de criação embarcando em um mundo real, porém com lógicas inexplicáveis que fazem parte ao meu ver do conceito da criação.



Hazel (Samantha Morton) e Caden (Philip Seymour Hoffman)

Para assistir um filme como Sinedóque, Nova York, você tem que ter gosto pelo cinema e atenção aos detalhes, ao mesmo tempo ter a paciência de não querer digerir tão rápido o mundo de Caden Cotard o teatrólogo interpretado pelo cativante Philip Seymour Hoffman. Hoffman mostra como diz a crítica que vou citar abaixo, que tem a habilidade rara de interpretar diferentes papéis com raro talento.

Se você está interessado em ver um filme de autor, diferente e talvez maluco, sente, relaxe e aproveite Sinédoque, Nova York, do contrário compre uma pipoca bem grande e vá até o cinema e como já disseram, "tente terminar o filme antes que acabe a pipoca".

Giovanni Lucas



+CRÍTICA
Sinédoque, Nova York de Charlie Kaufman
por Régis Trigo:



Caden Cotard interpretado por Philip Seymour Hoffman


"Um dos filmes mais ricos e originais do ano."
Desde meados da década de 1950, quando os críticos da Cahiers du Cinéma criaram a “teoria dos autores”, a mídia sempre esteve interessada na opinião de apenas uma das centenas de pessoas que participavam da realização de um filme: o diretor. Partindo da premissa de que o resultado final da obra representava a visão de mundo do cineasta, a opinião dos profissionais que vinham creditados antes da expressão “dirigido por”, era algo que podia ser perfeitamente descartado. Mesmo nomes importantes do teatro americano, como Tennessee Williams e David Mamet – só para ficarmos em dois exemplos – são relegados a um segundo plano se comparados aos diretores responsáveis pela filmagem de seus roteiros. Ou alguém tem dúvida que, de acordo com essa supervalorização dos cineastas, os verdadeiros autores de Uma Rua Chamada Pecado e Os Intocáveis são Elia Kazan e Brian de Palma?mais

fonte:Cine Players



+Charlie Kaufman e Philip Seymour Hoffman
falam de 'Sinédoque'
por Rodrigo Fonseca (Blog do Bonequinho-O Globo-Blogs)


Kaufman e Hoffman em Cannes-2008

(...)
De cabelos desgrenhados, jeitão introspectivo e tiques variados, Charlie Kaufman caminhava quase colado em Seymour Hoffman pelo centro de eventos do 61º Festival de Cannes, onde "Synecdoche" foi alvo de inflamados aplausos. Roteirista dos cultuados "Brilho eterno de uma mente sem lembranças" (2004), de Michel Gondry, "Adaptação" (2002) e "Quero ser John Malkovich" (1999), ambos de Spike Jonze, Kaufman ostenta fragilidade física, ao contràrio do astro que escalou como seu protagonista.



Perto dos abrutalhados seguranças da mostra francesa, Seymour Hoffman parecia um tampinha, mas em seu visual meio viking, de barba loura e cara amarrada, o ator, premiado com um Oscar por "Capote" (2005), intimida. Um bocado.



- Kaufman conseguiu ver todas as minhas nuanças. Em parte porque abra espaço para criarmos coletivamente. Ele é um sujeito com muito senso de humor – disse um casmurro Seymour Hoffman em Cannes, definindo o cineasta que, em "Sinédoque, Nova Iorque" arranca dele uma das melhores atuações de sua festejada carreira.



Graças à vigilia de Seymour Hoffman, nada simpàtico com caçadores de autògrafos, Kaufman pôde andar sossegado pela Croisette, sem medo da aproximação de jonalistas armados com uma frase fatal: "Não entendi seu filme. Pode me explicar?". A pergunta ecoou mesmo entre os que amaram o longa-metragem de estréia do roteirista.



- Eu trabalho com tramas cheias de ambiguidades. Explica-las seria uma tolice – disse Kaufman, em resposta a centenas de jornalistas confusos diante da trama. – Eu não sou bom em fazer comparações e associações com outros filmes que se assemelhem ao meu. Até porque, não sou um cinéfilo. Já vi comparações entre "Synecdoche" e "Oito e meio", de Fellini, mas não posso opiniar sobre essa analogia. Nunca vi "Oito e meio".



As semelhanças entre "Sinédoque, Nova Iorque" e o clàssico de Fellini de fato existem. E em vários planos. O mais superficial envolve as similaridades entre os personagens principais. Na obra-prima de Fellini, o cineasta Guido Anselmi (Marcello Mastroianni) amarga um bloqueio diante da realização de um novo longa. No filme de Kaufman, há um diretor de teatro, Caden Cotard (vivido por Seymour Hoffman) que se complica existencial e afetivamente durante a preparação de um ambicioso espetáculo.



- Sou atraído por algumas questões quando escrevo. Envelhecer, por exemplo, é uma delas. A rejeição também – disse Kaufman, antecipando a razão que leva Cotard ao colapso criativo.



fonte:Blog do Bonequinho





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